Quando começa o século XXI?


                                                                                                Ilustração. Imagem Brainstudy Info/reprodução


       Terça-feira, 08 de junho de 2021. Na noite deste dia iniciou-se no componente curricular Relações Sociais e Políticas na Contemporaneidade, ofertado pela UFSB (de modo remoto devido a pandemia), um bom debate acerca de nossas relações atuais. As questões norteadoras foram: como chegamos até o atual século e o que nos aguarda no futuro?

    Numa perspectiva global e não só brasileira, os colegas da turma, mediados pelo professor, debateram os principais pontos contidos na obra a "Era dos Extremos, o Breve Século XX: 1914-1991" (1994) (imagem 1) do historiador britânico Eric Hobsbawm (1917-2012) (imagem 2). Considerada a obra-prima de Hobsbawm, o livro faz uma reflexão sobre o "breve século 20" a apontar fatos, problemas e dilemas, os quais, inclusive, "assombrarão" o próximo século, o 21. Mas também, como diz o próprio autor, a obra serve de auxílio para a compreensão desses problemas e apontam caminhos para a solução (1994, p. 446).

    Eu nasci na virada do século XX para o atual século, ano 2000. Discutindo com a turma, foi interessante notar que questões atuais têm sua origem no século passado e outras não acabaram com o início do atual; na verdade, permanecem e até mesmo crescem, como as multidesigualdades, por exemplo. Entre outras coisas, foram debatidas questões relativas aos problemas e dilemas globais atuais, como exemplo: a crise de refugiados, de demografia, a crise de representatividade política, a nova (ordem internacional ou) relação entre países, crises ecológicas e ambientais, o futuro da juventude e perspectivas de futuro, etc. 

    Durante as discussões, a turma desenvolveu bem seus argumentos e críticas. Mas não parou por aí. Como atividade prática, nos foi solicitado pelo professor um exercício: o exercício de questionar. Por isso, no encontro seguinte reunimos e debatemos algumas questões formuladas pelos colegas inspirada em nossas leituras e debates. Afinal, uma pessoa crítica e consciente é aquela que formula perguntas e propõem respostas inesperadas, porém não perguntas e respostas tolas ou óbvias (desconhecido).


Imagem 1: Capa do livro "Era dos Extremos, O Breve Século XX". Hobsbawm, 1994. Imagem Docero.

Imagem 2: Eric Hobsbawm. Imagem Marxists/reprodução.


    A obra de Hobsbawm nos deixa inquietos e nos faz pensar mais criticamente sobre nossa realidade e conceitos já consolidados em nosso consciente. Nos faz refletir sobre o próprio  conceito de contemporaneidade, os velhos e novos modos de relações sociais, conflitos etc.


    Pensado no século XX, vamos pensar um pouco no século XXI? Pensar nos faz bem. Por isso compartilho um vídeo em que a antropóloga e historiadora brasileira Lilia Schwarcz afirma que o século XXI começou em 2020, com o advento da pandemia do novo coronavírus Sars Cov-2 (Covid-19). “A pandemia vai alterar os nossos livros de história. Inclusive, ela vai mudar a datação de quando começa o século 21. Na minha opinião, o século 21 começa nesta pandemia”, afirma Schwarcz (2020). Afinal, quando começa o século XXI? hoje?


Fonte: O século 21 só começa depois da pandemia. YouTube, 5 min. 39 s. maio de 2020.


Referências👇👀

HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos, o Breve Século XX: 1914-1991. Tradução Marcos Santarrita. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. [recurso eletrônico/PDF]. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4874012/mod_resource/content/1/Aulas%204%20e%208%20Era%20dos%20Extremos%20Hobsbawm.pdf Acesso em: 11/06/2021, 09h 48 min.

SCHWARCZ, Lilia. O século 21 só começa depois da pandemia. YouTube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dXHnwrT9asg&t=270s Acesso em: 11/06/2021, 20h00 min.

Comentários

  1. Ótima dica o vídeo-aula de Lilia Schwarcz. É uma outra maneira de datar o fim do século XX. Espero que chegue logo o século XXI da historiadora, não é?

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    1. Satisfação pelo comentário. De fato, penso que vivemos num momento decisivo na história humana, em todas as esferas (ambiental, social, sanitário...). O futuro não será (e não pode) ser o mesmo, como é hoje hoje. Coisas precisam ser pensadas, repensadas, mudadas.

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